sábado, 24 de setembro de 2011

Uma cafajestagem essa indumentária, confirma Produção?

Não é que eu tenha me tornado realmente uma adepta da santidade. Mas também não é o caso de desperdiçar história que realmente merecesse ser contada. Porque antes do que será contado daqui a pouco, houve, sim, outra história. É bem possível que eu faça um conto dela, e até mesmo um roteiro. Mas apenas quando parar de doer e aí eu poderei me concentrar apenas no ridículo e no simbólico da experiência, e fazer uma belíssima comédia.

Portanto, não escrevamos em precipitado. Quando podemos narrar sobre precipícios casuais de uma vida cafajeste. Bem como exercitar o bom humor: quem nunca teve fetiche com um cowboy, que atire o primeiro chapéu.

Um fofo, o belo rapaz. Meio fantástico, meio absurdo e um tanto inusitado. Completamente cafajeste, é claro. Antes de colar comigo (e depois de jogar um monte de laçadas), ele deu uns beijos numa loira – que trataremos aqui de um modo geral por Piriguete – e deu alguma ideia mais ou menos jocosa pra uma jornalista.

Aí ressurge do meu lado feito um pop-up, logo depois:

ELE: Onde você estava? Fui lá fora atrás de você, fiquei te procurando igual um idiota.

ELA: COMO É QUE É? VOCÊ PAGOU DE IDIOTA? Calma ai, querido. Nós ficamos uma hora trocando idéia, no maior clima e já na fase de sugestões descaradas e convites irrecusáveis. Tomamos várias cervejas. Você foi comprar mais uma e nunca mais voltou. Ainda fui atrás de você, chamei junto, e você ficou lá.

ELE: Eu beijei aquela menina. Mas, porra, eu não queria. Eu queria ter beijado você.

ELA: Hahaha. Você ta me zoando, né, cara?!? Mermão, você simplesmente não existe. Qual foi? Não deu pra esperar o meu momento? Você acha mesmo que eu tinha que colar a minha boca na sua tão logo você permitisse???

ELE: Não! Não acho nada disso. Vamos conversar, vamos embora daqui. Me leva pra outro lugar. Pra onde você quiser.

ELA: Não vou a lugar algum. Estamos no meio de um show, você não está vendo? Os caras no palco são meus conhecidos, eu quero vê-los tocar. Você também devia escutá-los, você não é um músico? Aliás, me dá um gole dessa cerveja.

ELE: Vou ficar contigo, então. Você quer uma cerveja? Eu compro.

ELA: Cara, você vai ficar nessa, né. Vamos lá fora pra fumar um cigarro.



Lá fora era mais ele quem falava. Dizia que tinha me achado demais, que eu era isso e aquilo, que ele vacilou, mas ia andar no caminho do bem dali pra frente. Eu achava, naturalmente, que aquilo tudo era apenas um manjado papo-aranha, com os devidos requintes de alguém que investiga qualquer indício vagabundo de poesia.

Acho que foi tanta espontaneidade que conseguiu derreter o gelo que eu fixamente sustentava. Na DR do cigarrinho, eu tinha certeza que o cara estava salivando aquilo tudo só pra me levar pra cama naquela noite. E, se conveniente, na noite seguinte. Mas, fora essa curta coisa trash no meio, a gente viveu uma coisa casual com um mínimo de poesia. Acho até que o termo técnico que cabe aqui é: parceria.

É verdade. Por mais que este blog seja um depósito público de difamações sobre fatos e pessoas cafajestes. É muito chato usar sempre o mesmo tom. Quando a gente consegue superar algum tipo de preconceito é sinal de que seremos menos entediados e mais felizes.