quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Para todas as outras coisas existe Mastercard

Falar do cafa anos depois certamente alivia ou quase transcende a ira sentida. Mas esse vale a pena. Vocês vão entender como com Alex tudo valeu a pena.

O nome é esse mesmo. Jogador de basquete do time da cidade. Reluzente fruto ebanoso de Franca (SP), o berço do baloncesto no país.

Ai, Alex, um e noventa por noventa. Braços alongados de quem arremessa desde os nove anos. A-tle-ta, meu povo. E tenho o dito. Seu corpo constituía-se de um grande bloco de cimento. Estou dizendo, mais de vinte anos treinando quase todo santo dia somados à genética que só a cor preta traz consigo. Pra não falar do sorrisão impecávelcintilante.

Passei muitíssimo bem.

Foi um lance, nunca uma paixão. Tá, antes da transa se consumar, o que só aconteceu um mês depois do beijo dado e da primeira apalpada – morávamos lejos um do outro –, eu achei que pudesse me apaixonar. Mas a total incongruência de pensamentos e objetivos logo me deixou claro que seria apenas sexo, da melhor qualidade que eu já havia provado. No sentido mercadoria, não desempenho. Porque, minha irmã, se você não sabe, eu te conto: transar com negão jogador de basquete tem que ter disposição. Coisa que me falta depois que gozo. Ainda mais com uma pingola daquela, jesus me acode! “É chegado o momento que temias”, resumiu uma irmã.

Alex era um duro. Família humilde, bando de irmãos, nunca falou de pai. Idolatrava a mãe. Até eu a idolatrei, por ter parido aquele deus.

A gente transava em motel. Nossos encontros eram bimestrais ou mais espaçados. Duraram por quase um ano. Ele me dava um toquinho, eu ligava de volta, passava na casa dele, botava no carona e íamos para um barzinho qualquer, cumprir o protocolo do date. Cada um paga o seu, “Vamos dar uma volta?”, botava no carona de novo e eu rumava pro motel. Espelhos, senhores, preciso de muitos espelhos pra reforçar que isso realmente está acontecendo comigo.

Que boca. Lábios de travesseiro, fofos, enormes, de-li-ci-o-sos. Braços, braços mais longos que minhas pernas, barriga, peitoral, bunda, tudo rasgado por uma natureza firme, que parece saber, parece nada, que sabe da maravilha que criou.

Ah, como eu passei bem.

Alex morava numa edícula no fundo de uma casa com mais alguns jogadores. Casa de homem suja. Vocês veem por aí.

No primeiro encontro, para deixá-lo mais seguro, topei o sexo no muquifo. Colchão fedido gozado por mais de mil manos colocado no chão da sala. Pós-coito, fui caçar minha calcinha e uma barata a encontrou antes de mim. Por isso, depois muito gentilmente optei pelo motel, que eu pagava, claro. Pagava e pagava feliz. Pagava e pagaria muito mais se fosse preciso. O homem valia tudo isso.

Acontece que, óbvio, não era só eu quem sabia que Alex era um deus. Homem desses é igual melancia, você nunca come sozinha. (Infame, mas true.)

Ai, me alonguei. É que Alex foi se acomodando. “Me pega ali no lanche [onde ele fazia um bico] e saímos.” Passo no lanche, espero no carro, pelo retrovisor, vejo Alex atravessar a rua e conversar com alguém dentro de outro carro, ele volta pro lanche. O corsinha arranca, para ao meu lado, a moça: “Oi, gata, você tá ficando com o Alex?”. “Olha, aí você tem que ver com ele não comigo, gata”, respondo.

Gata de cu é rola. Te conheço, mocra? Eu hein, fico esperando o cara fritar hambúrguer e ainda tomo enquadro na rua. No me gustó.

Alex chega, senta ao meu lado e toda a suposta irritação vai por terra. “Você pode passar em casa pra eu tomar um banho?” “Poooossso”, derreto.

O script vocês já conhecem. Casa, bar, motel, deixo ele na porta e sigo saStisfeita.

Não questionava muito os papéis, estava comendo muitobemobrigada, qual o problema de pagar tudo? O cara num tinha grana, num dei de ser feminista? Agora pratica.

Até o dia em que Alex cagou na trilha. E eu precisei do meu irmão pra enxergar a bosta. Toquinho a cobrar (como de costume), ligo de volta. Combinamos o horário. Peço camisinha pro bróder, que, bem-aventurado, usa o mesmo número. Ele dá, mas não sem antes alfinetar: “Mas nem camisinha o cara compra?”. “Não, e daí?” Abro o bar dos meus pais em busca de um vinho. Ele me fulmina: “Na boa, o cara te liga a cobrar, te espera na porta de casa, você paga o motel, leva a camisinha, deixa ele na volta e ainda quer levar um vinho dos coroas? Você tá sendo trouxa”.

“Rapaz, tu é mais novo, fica aí na tua que eu cuido da minha.”

Aquilo acendeu uma luz.

Mas eu num ia perder de ceiar aquela maravilha. Passei, fisguei, fomos prum bar, ele falou algo de “não entrou o pagamento ainda”, escolhi um boteco modesto. Tomamos uma, duas, “Vamos nessa?”, sugeri. Pediu a conta. Chegou, botei minha parte e fui ao banheiro. Volto pra mesa e ele, “Tá faltando dinheiro na conta o garçom disse”. Abro a pastinha, só tinha a minha grana lá dentro, Alex de fato tava folgado pra caralho.

Paguei a conta toda, fomos ao motel, coisalindadesever Alex debaixo do chuveiro emcimaembaixo de mim pela última vez.

RETROSPECTIVA 700 DIAS COM ELA (!!!??@#%!$!?*&)

retorno de saturno me levando de novo pro buraco do tatu pra meio do olho do meu cu em 2012 aprender a surfar? tá rolando uma onda, intensa vai movmentar capaz que ele (?) se converta ou volte contigo de barco pra dentro do mar jhonny?
Por Anônimo em Cafajestagem Apocalíptica em 28/12/11
vc escreve mto bem! não abandone o blog
Por Anônimo em Hijo de una madre da la calle em 08/12/11
nada como a distância para que esse tipo de empreitada tenha sucesso. oh gosh
Por Srta T. em Dupla de três em 14/07/10
Hum, eu ainda não usei, não testei, mas quis. Aff, chega de querer os sapatos luxo da Carrie e bora ser mais funny, ops bunny, rss.
eu super recomendo. cof cof.

Ju, Nessa vida cafagestemos muito enquanto somos um. Euzinha que quis ser dois e virei meia, que o diga! Vou mandar uns contos sonoros não vividos por mim, para que postes ( se digno ) em seu blog. Para qual email os remeto ? Estou fértil de idéias e ressecada de vida. Mas não há limites para os sonhos, portanto : COMPARTILHAR!

Sabe pq amiga, Mais uma dose? É claro! É claro que eu tô a fim A noite nunca tem fim Por que quê a gente é assim? Agora fica comigo E não, não Não desgruda de mim Vê se ao menos me engole Não me mastigue assim... Canibais de nós mesmos Antes que a terra nos coma Cem gramas, sem dramas Por que quê a gente é assim? Mais uma dose? É claro! É claro que eu tô a fim A noite nunca tem fim Por que quê a gente é assim? pq a melhor parte da música, é o que a gente mais quer: Você tem exatamente Três mil horas Prá parar de me beijar Meu bem, você tem tudo Tudo prá me conquistar... Você tem apenas um segundo Um segundo Prá aprender a me amar Você tem a vida inteira Baby! A vida inteira Prá me devorar...
Por Patrícia em Mais uma dose de Cafajestagem em 03/02/10
Esse tipo de cafajeste segue o mesmo modus operandis da bebedeira, outro fator importante na noite. por maior que seja a ressaca, por mais que prometamos nunca mais beber no dia seguinte, repetimos a dose na primeira oportunidade.
Por Camilla em Mais uma dose de Cafajestagem em 03/02/10
Olá, sem problemas você postar meu texto, mas não se esqueça dos créditos. hihi :) Bjs
Por Fernanda em Ser Cafajeste é uma arte! em 07/12/09
Uma dose de canalhice é importante pra acelerar as coisas.
Por Ariela em O homem perfeito em 19/11/09
disse tudo.
Por Anna.the em A Comida Está Servida em 13/11/09
tudo se explica no desejo de vingança...no fundo ela é como os homens que se envolve, só querem mais uma noite de sexo...por isso ela os merece. enfim, Jubalets to gostando disso aqui, vc tem muita propriedade! ;) bjs
Por Anna.the em Cafajestagem sem preconceito em 10/11/09

Cafa é que nem Wally é foda. Lilith não morreu. A cada dia mais viva. Oremos (sem cruz ou culpa).

Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Senhores, dêem-nos a Cafajestagem de cada dia.
reuniremos todos os fragmentos de cafagestagem! hahahaha
O que fazer quando os "restos" são belos (e generosos) nacos da mais firme carne humana? Vale aproveitar! Bá
Por Anônimo em o meu Cafa Predileto, atualmente em 01/11/09
eu sei a identidade secreta desse moço! ele fez a mesma coisa comigo! eheheheheh
Por th. em Lobo em pele de Cordeiro em 06/10/09
Adorei!!! sei bem essa história. concordo e assino em baixo.
Por Maíra Bellini em o semideus em 06/10/09
Outro dia, em uma reunião com amigos, manifestei algumas situações em que sofro preconceito por ser loira pintada. Gente, nem todas são filhasdaputabarangasratasdeacademia. Adorei o texto!
Por bárbara em o semideus em 06/10/09
O cavalheirismo é capaz de esconder a mais completa falta de consideração com o próximo. Paradoxal, hã?
Por bárbara em Lobo em pele de Cordeiro em 21/09/09
"garrafada de banha de galinha" hoho 1,2,3 cordeirinhos
Por Srta T. em Lobo em pele de Cordeiro em 18/09/09
Dá pra ler a mesma estória analisando que você só se interessou qdo o cara sumiu. Vocês não percebem, mas assim como homens, mulheres são todas iguais. De qq maneira, excelente texto. ;-)
Por cretinolover em Lobo em pele de Cordeiro em 08/09/09

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cafajestagem Apocalíptica

A vida exigiu-me, em 2011, atuar um tanto de corpo presente.  No meio do ano, tornou-se bem difícil dar atenção aos blogs mirabolantes ou às redes virais. Era mata virgem ou megalópole, ilha ou avião, BR ou quarto single. Um ano agitado, tempo escasso para o lúdico.
Não reclamo porque reclamar de trabalho em excesso só é menos herético que reclamar de pinto em excesso. Opa, gente. To falando de quantidade de sexo, não de quantidade de picas. Eu, hein? Quanta malícia, meu povo.
É melhor vocês tomarem prumo. O apocalipse taí em pauta. Quem vai pagar pra ver? Pra ler? Pra fazer o download?
Vamos pagar nada, é tudo free. E no fim das contas, tudo vai pra caixa. 6 jogos na megasena da virada - 200 milhões. Comprar um set, um spa ou um barco?
Teve essa guria que de 2010 pra 2011 colocou no topo da listinha de missões: transar com 100 homens. Não sei se ela conseguiu, mas se esforçou muito pelo que eu soube. Arranjou um namorado no meio do empreendimento, mas não se fez de rogada e continuo firme na luta. Respeitei.
Mas também acho que a gente tem que apostar numas missões mais realistas, néam. Perder 14 quilos em 8 a 10 meses é realista. Em 8 a 10 semanas é viagem. Dormir com 7 a 8 cafas é realista. Dormir com 50 cafas é pedra.
Porque um ano voa. 7 anos correm. Os saturnistas estão chegando. Estão chegando os saturnistas. E me pergunto: o que serei quando crescer? Qual será o cafa que vai se converter? O que vestirei no apocalipse?
São tantas interrogações. E poucos os tamanhos de camisinha. Seja doce ou seja dura esta vida. Ela intriga, ela instiga, ela excita.

Feliz 2012, cafajestes queridos!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Hijo de una madre da la calle

Não lembro de ter lido nenhum dos posts anteriores, mas preciso, de alguma forma, falar sobre a puta falta de sacanagem dessa vida medonha que me assombra cotidianamente nesse esquema "trabalho, faculdade, barzinho".

Ando meio dividida, no amor, no trabalho. Muá, pensa que o cafajeste metido a cretino não me completa no quesito amor. Mas, o que é amor para alguém que roubou a paixonite pulsante da irmã mais nova aos 18 anos? O que é trabalho bem sucedido para quem quase vendeu a alma ao diabo para, apenas ser melhor remunerada e não ver o Drácula sugando seu sangue - mesmo no setor privado - nos próximos 4 anos?

Confesso que bebi um pouco de mais e The Strockers toca sem parar, mesmo sem ser uma das minhas bandas preferidas, e também confesso que não deveria me revelar tanto enquanto escrevo, sem parar durante as minhas bebedeiras coletivas.

QUER SABER?! Foda-se! Ninguém se importa se você não for ninguém. Ninguém se importa se você não puder causar nenhum rebuliço na vida social de algumas pessoas. FODA-SE você, hijo de una madre da la calle... Eu falo bem menos do que eu gostaria de falar. Sou mais contida e bonitinha do que eu poderia ser normalmente.

As vezes dá vontade de jogar tudo para o ar, mas, não moro em um país "tropical". Aqui só faz sol. Não existe mais que isso e as pessoas normalmente não entendem que você tem sentimentos e uma vida além do trabalho e faculdade. Você não pode ter mais do que um lado que você é duas caras. Foda-se você que não sabe diferenciar aspectos pessoais e profissionais.

Podram-se TODOS!

sábado, 24 de setembro de 2011

Uma cafajestagem essa indumentária, confirma Produção?

Não é que eu tenha me tornado realmente uma adepta da santidade. Mas também não é o caso de desperdiçar história que realmente merecesse ser contada. Porque antes do que será contado daqui a pouco, houve, sim, outra história. É bem possível que eu faça um conto dela, e até mesmo um roteiro. Mas apenas quando parar de doer e aí eu poderei me concentrar apenas no ridículo e no simbólico da experiência, e fazer uma belíssima comédia.

Portanto, não escrevamos em precipitado. Quando podemos narrar sobre precipícios casuais de uma vida cafajeste. Bem como exercitar o bom humor: quem nunca teve fetiche com um cowboy, que atire o primeiro chapéu.

Um fofo, o belo rapaz. Meio fantástico, meio absurdo e um tanto inusitado. Completamente cafajeste, é claro. Antes de colar comigo (e depois de jogar um monte de laçadas), ele deu uns beijos numa loira – que trataremos aqui de um modo geral por Piriguete – e deu alguma ideia mais ou menos jocosa pra uma jornalista.

Aí ressurge do meu lado feito um pop-up, logo depois:

ELE: Onde você estava? Fui lá fora atrás de você, fiquei te procurando igual um idiota.

ELA: COMO É QUE É? VOCÊ PAGOU DE IDIOTA? Calma ai, querido. Nós ficamos uma hora trocando idéia, no maior clima e já na fase de sugestões descaradas e convites irrecusáveis. Tomamos várias cervejas. Você foi comprar mais uma e nunca mais voltou. Ainda fui atrás de você, chamei junto, e você ficou lá.

ELE: Eu beijei aquela menina. Mas, porra, eu não queria. Eu queria ter beijado você.

ELA: Hahaha. Você ta me zoando, né, cara?!? Mermão, você simplesmente não existe. Qual foi? Não deu pra esperar o meu momento? Você acha mesmo que eu tinha que colar a minha boca na sua tão logo você permitisse???

ELE: Não! Não acho nada disso. Vamos conversar, vamos embora daqui. Me leva pra outro lugar. Pra onde você quiser.

ELA: Não vou a lugar algum. Estamos no meio de um show, você não está vendo? Os caras no palco são meus conhecidos, eu quero vê-los tocar. Você também devia escutá-los, você não é um músico? Aliás, me dá um gole dessa cerveja.

ELE: Vou ficar contigo, então. Você quer uma cerveja? Eu compro.

ELA: Cara, você vai ficar nessa, né. Vamos lá fora pra fumar um cigarro.



Lá fora era mais ele quem falava. Dizia que tinha me achado demais, que eu era isso e aquilo, que ele vacilou, mas ia andar no caminho do bem dali pra frente. Eu achava, naturalmente, que aquilo tudo era apenas um manjado papo-aranha, com os devidos requintes de alguém que investiga qualquer indício vagabundo de poesia.

Acho que foi tanta espontaneidade que conseguiu derreter o gelo que eu fixamente sustentava. Na DR do cigarrinho, eu tinha certeza que o cara estava salivando aquilo tudo só pra me levar pra cama naquela noite. E, se conveniente, na noite seguinte. Mas, fora essa curta coisa trash no meio, a gente viveu uma coisa casual com um mínimo de poesia. Acho até que o termo técnico que cabe aqui é: parceria.

É verdade. Por mais que este blog seja um depósito público de difamações sobre fatos e pessoas cafajestes. É muito chato usar sempre o mesmo tom. Quando a gente consegue superar algum tipo de preconceito é sinal de que seremos menos entediados e mais felizes.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cafajestagem velada

De antemão, eu preciso dizer: no sex in here. Não fisicamente, digamos. Foi algo anterior ao sexo e, no entanto, mais marcante. Afinal de contas, não é todo dia (e ás vezes nem todo ano) que encontramos um gentleman. Aí que eu encontrei um verdadeiro representante desta espécie em extinção.
Participamos de um evento. Mal nos falamos neste, mas eis que o destino nos colocou lado a lado na van do retorno e a vontade nos colocou lado a lado no avião. Ele ficava no segundo destino, eu seguiria até um terceiro. Até essa escala, foram quatro horas de conversa mais ou menos. Ambos virados ou quase. Por que não vai lá em casa descansar um pouco? Uma hora e quarenta não daria tempo pra ir e voltar e ainda descansar, mas eu fui. Conversamos mais um tanto, dividimos um sofá. Cheguei a cinco minutos da decolagem e, alegremente, perdi o vôo. Foi tão cabalístico que nem taxa a compahia aérea me cobrou e ainda me deram um vaucher de refeição. Mas eu não queria comer, queria era passar mais um tempo com ele. Gentileza vicia.
Voltamos pra casa dele. Agora tínhamos mais de quatro horas. Conversamos mais um bocado e dividimos uma cama. Não ficamos, nenhum movimento nesse sentido - salvo os subliminares. Acordamos e ele me levou pra, enfim, comer - no lugar que eu escolhesse. Nunca houve um milkshake tão saboroso e um hamburguer tão suculento. 
Depois, ele fez pela terceira vez o caminho do aeroporto. Eu tinha um sorriso de orelha a orelha, e eram orelhas de abano. Vá lá que trocamos emails "profissionais" desde então, mas, aquela alegria ainda pulsa. Um tipo de alegria que eu não sentia há um bom tempo. Acho que o nome técnico é encantamento.
Ele não é o tipo sex symbol, e seria apenas um cara boa pinta, se não fosse a sua extrema gentileza e, claro, o seu currículo. Porque estudar cinema em New York, vamos combinar, é quase um afrodisíaco. Voltar ao Brasil e militar, então, é  mais eficaz que salada de ostras e ovo de codorna salpicada com nozes e amêndoas. E isso é porque eu não falei do sorriso.
Sabe aquele sorriso que ilumina? O rosto e o ambiente todo? Exatamente esse. O cara pareceu-me bem sério, obtuso, mas depois daquele sorriso...veio-me só a candura. E isso é porque não falei da voz. Uma voz de homem curtido,  jack daniel's.
Não, gente, deixa disso. Eu não estou apaixonada e tampouco tenho a disposição de gastar metade do meu curto salário com passagens aéreas. Estou encantada. É um estado de espírito que alcançamos quando se lê um poema - ou quando se conhece um gentleman. Sendo que, no primeiro caso, a internet é uma aliada. No segundo, só dá pra contar com o acaso - e um bom punhado de sorte.
Numa coincidência, eu voltei à cidade da escala na mesma semana. Celular desligado, produtora não encontrada. Mandei uma mensagem, mas não quis insistir. Encantamento é o tipo de coisa que requer uma certa distância: pois, de perto, ninguém é elipsoidal.

domingo, 10 de abril de 2011

Em terra de cego

Depois de um dia cheio de trampo e no derradeiro dia naquela cidadezinha, ao sudeste. Sentamos eu e o fotografo no bar, uns amigos dele, gente da universidade, gente da cultura. De longe, com a miopia de sempre, eu avistei aquele homem grande e bonito. Uns oculos john lennon com lente cinza, fumaca. Um dos olhos, o esquerdo, era baixo. Mas ele nao deixava que o copo, meu ou de qualquer um, ficasse vazio. Gentileza. 
Algumas garrafas depois, trocamos de bar. O estabelecimento a diagonal fechava mais tarde e oferecia uns pasteizinhos. No caminho, um beijo. Firme, gostoso, super valido. Um pouco antes eu havia perguntado. Era um estudante? Nao, trabalhador. Definitivamente nao era um beijo preguicoso. E absolutamente nao era um beijo idilico. Era um beijo bom.
Era, mesmo, um cara caolho. Tive certeza sob a luz do segundo bar. Nem por isso, naturalmente, parei de beijar. Porque pra isso eu lidava com a boca e, pra bom observador, um olho basta. 
Levou um estilingue na cara do olho esuqerdo quando moleque, acidente de crianca, molecagem de primos. Coisa de menino que brinca com pau e pedra e mato e bicho. O olho avermelhou e inchou. Passarm folhas e caldos, rezaram. O olho embranqueceu e desinchou. Parecia normal. Mas, dois anos depois, com a cabeca nas pernas de uma tia, brincando com as pontas do cabelo dela, ele tampou o olho direito. E, entao, ele nao viu nada. Tudo se tornou preto.
Mas o doutor nem examina, chamando o pai de lado, lhe diz logo em surdina. Nao ha um so remedio em toda a medicina.
Trabalhava com construcao civil, ele disse. Se nao era engenheiro, devia ser pedreiro. Na cama com Marx, eu pensava. E ai ele me disse. Estudar vinte anos e trabalhar pros outros? Ele ralou muito tempo e, com um tio, abriria sua empresa. Aos 24 anos.
Ele nunca conversara tanto tempo sobre tantas coisas, com outra pessoa do sexo feminino, na mesma cama. Mesmo tendo namorado com tres garotas. Namoro sem sexo? Sexo sem conversa?
Eu ate quis filosofar. 
Mas acontece que eu brochei. De maneira irreparável. Ops.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Quando um não quer ... SAI


Ela andava no shopping
Ele peregrinava no shopping 
Eles se esbarraram 

Ela olhou furtivamente 
Ele a encarou descaradamente 
Eles esquivaram 

Ela ruborizou 
Ele sorriu 
Eles gostaram 

Ela apressou o passo e olhou para trás 
Ele estático ainda observava 
Eles quiseram 

Ela parou 
Ele seguiu 
Eles sonharam 

Ela tentou 
Ele não viu 
Eles se enganaram 

Ela se molhou 
Ele transou com outra que não ela 
Eles se amaram 

De uma forma ou outra, sim. 
Eles se amaram...

Gimme a reason to be a woman

Faz tempo que não apareço aqui, não é? Isso é porque faz tempo que eu não tinha o que contar. Nem tudo na vida merece uma narrativa, verdade seja dita. Ou melhor. Verdade seja esculpida. Pois quem conta um conto aumenta um ponto. E, por aqui, a gente aumenta um pontilhado. Viver não é preciso: comover é preciso.
Então, eu estava inativa, por assim dizer. Desde o ex. Aliás, vale dizer que o tal ex já está com conversinha de lua cheia e outras estorietas pra cima de mim. Se eu correspondo? Pior que sim. Menos por falta de vergonha na cara e mais por falta de ter com quem exercitar o erotismo. Uma mulher pode se desfazer de muita coisa, mas não pode se abster de sedução. Hoje em dia é tão raro receber cortejo, pra que fingir que não gostamos?
Seguindo essa linha de raciocínio, eu me peguei com um carinha de vinte e poucos anos. Interessante, gostoso, descolado...e feio. Não, não foi a primeira vez que me interessei por um homem feio (ou novo): aliás, até namorá-los eu já namorei. Vamos deixar assim no plural, assim não ofendemos a ninguém. E digo mais: até um cara feio tem as suas vantagens.
Quanto mais bonito um cara é, mas problemas ele vai lhe dar. Pode anotar isso, eu sei do que estou falando. Um cara que nem bonito seja e tenha algum dinheiro e toque algum instrumento já é sinônimo de bastante problema. Ou, no mínimo, antônimo de satisfação plena. Porque a gente sabe que existem três mulheres pra cada homem no mundo, e tal proporção pode ser pior em algumas localidades brasileiras. 
Então, eu fiquei com esse carinha. Sabe que um homem feio pode fazer com que nos sintamos extremamente bonitas? E some a isso a hesitação deles em nos trocar por outra. Os bonitos que me desculpem, mas feiura tem o seu valor. Quando o cara é mais novo que a gente, podemos correr por abraço. Todos os nossos sonhos serão prontamente atendidos. Alguma experiência e um tantinho de beleza tornam qualquer uma de nós verdadeiras musas. 
Ainda acho melhor que ficar postando foto de gatinha na web, viu?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Tava lendo o semgelo.zip.net, cai lá po acaso, e achei isso de uma cafajestagem inspiradora



 Segunda-feira , 06 de Fevereiro de 2006 




JOÃO FILHO ME ENTREVISTOU

Quando a entrevista estiver no ar, dou um toque aqui.
Entre outras coisas, ele me perguntou:

5 – Difíceis, presumo, mas diga aí como foram os primeiros anos em São Paulo?
Foram bons. Trabalhava de dia e estudava publicidade de noite. Era chato, mas eu era muito nova, tinha 17 anos, então um namorado, um uísque e pronto, estava tudo certo. Depois quando eu comecei a querer outras coisas, é que o negócio ficou difícil. Quando eu decidi que ia estudar teatro e viver só disso, fui altamente desaconselhada, o que me deu a certeza de que eu estava no caminho certo. Então comecei a me ferrar e aí as coisas começaram a ficar incrivelmente difíceis e boas de fato.




 Escrito por Fernanda às 18:42:37

Mulher de pulso firme

É fato que mulher não se masturba tanto quanto homem. Eu tenho um amigo que se masturba de duas a cinco vezes por dia, quando na seca, e de uma a duas vezes quando namorando. Não sei se tem algo a ver com ele ser gay e gostar muito de pinto, especialmente o seu. Acho que eu teria que fazer uma enquete com os amigos heteros pra ter uma base de comparação, mas, bem, seria mais difícil manter o distanciamento necessáro ao estudo.
No que me cabe, descobri a masturbação acidentalmente aos 11 anos: com um travesseiro. Estava vendo um filme, deitada na cama dos meus pais e sozinha em casa, rodeada de travesseiros. Dois na cabeça, um entre os braços e um entre as pernas. Aí fui espreguiçar e dei uma espreguiçada forte...ainda com aquele travesseiro entre as pernas. Senti um carinho nos países baixos e continuei espegriçando. Hum...
Bidê também foi hit até mudarmos pra uma casa mais moderninha. Até eu usar a mão e os dedinhos, foram anos. Mesmo porque  perdi a virgindade com 18 anos: pode-se dizer que eu era a última das moicanas. Eu tinha uma visão meio guerrilheira do feminismo e não queria que homem nenhum tirasse a minha virgindade, achava que era algo que eu faria por mim e não por um cara. Mas, tecnicamente, eu precisava de um cara.
Aí dei pra um cara que eu sabia que não veria mais: afinal, o facebook ainda não existia - e se já havia o orkut, eu não sabia. Foi bem legal, na verdade: a interação, o cenário, coisa e tal. Mas eu não pude deixar de indagar: é isso? É por causa disso que se escrevem romances e se produzem filmes? Sério?
Então, voltei à masturbação: um terreno mais produtivo, digamos. Porque, afinal, é você quem guia e é você quem estaciona. Nada de atalhos ou fila dupla. Basta ser uma mulher de pulso firme. 
Mas continuei tentando o sexo a dois, claro, e eventualmente até a três - uma modalidade mais interessante na teoria que na prática, diga-se de passagem. Com o meu primeiro namorado, aos 20 anos, eu nem sempre gozava, acho que tem algo a ver com o tamanho, sim, mas eu sempre me divertia. Foi só com o segundo que a taxa de gozo teve um salto significativo (esse do último post). Mas sexo não é apenas o gozo.
Tem o carinho, a afinidade, a ousadia e, como não, as prelimanares. Pra não falar de reciprocidade porque seria expor o óbvio. Mas tudo isso está em falta no mercado ultimamente. Há quem procure nas feiras...só fica mais difícil saber a procedência.
Pena que os meus tempos de adolescente se foram e hoje eu tenha tanta preguiça de masturbação. Será que fisioterapia ajuda?